183 Anos da Instituição da Paróquia

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TEXTO PUBLICADO PELA Editora Folha de Viçosa – 2013 POR OCASIÃO 180 ANOS DA INSTITUIÇÃO DA PARÓQUIA
Haec est dies quam fecit Dominus: exultemus et laetemur in ea’. – Este é o dia que o Senhor fez, exultemos e nele nos alegremos ( Sl 117,24)
Oração gratulatória proferida pelo Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho na Missa Comemorativa dos 180 anos da instiuição da Páróquia de Santa Rita de Cássia em Viçosa.

 

INTRODUÇÃO
Como mostram os cientistas sociais de rara importância é a comemoração dos eventos históricos.
Quando estes se ligam a acontecimentos religiosos esta celebração se torna ainda mais necessária, porque mais proveitosa cívica e espiritualmente, fixando a responsabilidade dos que vivem o momento presente.
É que este recebe todo seu influxo de um passado no qual uma liderança esclarecida protagonizou feitos extraordinários, cujos frutos são usufruídos através dos tempos.
Deste modo o que se contempla hoje, ligado a um ontem fulgurante, é penhor de um futuro ainda mais grandioso.
Na Bíblia se acha esta diretriz: “Interroga as gerações passadas, examina com cuidado a experiência dos ancestrais (Jó 8,8).
Os construtores de uma história de glória devem ser lembrados para que as gerações atuais deles assimilem o devotamento ao bem comum e enriqueçam o que deles receberam, arquitetando a civilização do amor.
Donde o conselho do Livro do Eclesiástico: “Façamos o elogio dos homens ilustres, que são nossos antepassados em sua linhagem” (Ecl 44,1).
Isto leva a cultuar os valores do gênio e do mérito, dando a devida estima ao que foi edificado com tanto empenho, alicerçando e impulsionando o entusiasmo para novos empreendimentos.
Neste ano de 2013, por exemplo, lá na França, os 850 anos da monumental Catedral de Notre Dame de Paris vem sendo festejados com rara pompa e circunstância. Estamos no Ano da Fé exatamente lembrando os 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II. O papa Francisco prometeu retornar a Aparecida em 2017, quando se festejam 300 anos desde que a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por pescadores, no rio Paraíba do Sul.
Ainda agora o Sr. Arcebispo de Mariana está convidando o clero para a solene Concelebração Eucarística, presidida pelo Sr. Núncio Apostólico Dom Giovanni D”Aniello, dia 24 de outubro próximo, em ação de graças pelo tricentenário do início de construção da Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção.
São assim datas memoráveis e. entre elas. a que estamos hoje recordando, o dia 31 de agosto de 1833 que marcou significativamente a História de Viçosa. Naquela data foi instituída canonicamente por provisão episcopal a Paróquia de Santa Rita do Turvo, então capela filial do Pomba.

OS PÁROCOS

Abriu a série de notabilíssimos Vigários o Pe. José Bonifácio de Souza Barradas (1833-1837) A ele sucederam através destes 180 anos Agostinho Isidoro do Rosário (1837-1830. Pe. Camilo Martins Pereira de Andrade (1853-1860), Pe. Manoel Felipe Nery (1860-1879), Pe. Teophilo Antônio de Souza (1879-1883), Pe. Antônio Correia de Lima (1883-1901), Pe. Sinfronio José de Almeida (1902-1903), Pe. Joaquim Silvério de Souza Teles (1903-1906), Pe. Belchior Homem da Costa (1906-1909), Pe. Serafim Pecci (1909-1925), Pe. Álvaro Correia Borges (1925-1947), Cônego Modesto de Paiva (1947-1955), Pe. Geraldo Maia (1955-1957) e Pe. Carlos dos Reis Baeta Braga (1957-1999). Pe. Elias Bartolomeu Leoni (1999-2003) e coroando esta galeria de ilustres sacerdotes esta Paróquia tem atualmente a sua frente o estimadíssimo Pe. Paulo Dionê Quintão que tomou posse dia 26 de agosto de 2003.
Todos eles alimentando sempre a fé dos viçosenses, apreciadores entusiastas das excelências de suas pessoas. Eles sempre incrementando a devoção àquela que presidiu o alvorecer desta cidade que é a gloriosa padroeira Santa Rita de Cássia.

A CAPELA DOS PASSOS

Numa comemoração como esta que está sendo celebrada nesta Santa Missa de Ação de Graças não se pode olvidar que na gloriosa história de Viçosa merece destaque especial a Capela situada à Rua dos Passos, carinhosamente chamada por muitos de Igrejinha dos Passos. Com efeito, segundo as melhores fontes foi neste local que nasceu esta urbe universitária. Ali se constituiu o patrimônio primeiro da futura Paróquia de Santa Rita de Cássia cujos 180 anos estão sendo festejados. Com efeito, no patrimônio de Santa Rita que fica nesta parte central de Viçosa, dia 8 de março de 1800, o Padre Francisco José da Silva, por provisão episcopal foi autorizado a erigir uma ermida sob invocação de Santa Rita. Foi aí que se fundou o povoado de que se originou Viçosa *. O casal Manoel Cardoso Machado e D. Ana Joaquina de Fraga doou terrenos para a constituição do patrimônio da padroeira e, como “procurador, da Senhora Santa Rita”, o Alferes Vicente Rodrigues Valente tomou posse das terras e casas contidas na doação, fato jurídico que se deu a 10 de maio de 1807.

SOBRE ALGUNS PÁROCOS E NOVAS PARÓQUIAS

Na impossibilidade de se descer neste momento, devido angustiae temporis, a detalhes sobre os dezesseis Vigários da Paróquia de Santa Rita os quais se celebrizaram no saber e na virtude, vamos recordar detalhes de alguns deles.
Em Viçosa, deixou marca profunda Frei Serafim Pecci, como foi dito, Pároco nesta cidade de 1909 a 1925. Grande impulso deu ao setor musical a serviço do culto divino, sobretudo nas grandes festividades de Santa Rita, de Nossa Senhora do Rosário, do Divino Espírito Santo, da Semana Santa. Quando dia 9 de janeiro de 1925 foi transferido para outra Paróquia, a população fez um manifesto ao Arcebispo de Mariana, D. Helvécio Gomes de Oliveira, pedindo sua permanência exaltando este Capuchinho extraordinário. Diziam os signatários do abaixo-assinado que Frei Serafim “pelo seu saber, logo revelado em simples conversação, como em prédicas e sermões; pelas suas maneiras altamente distintas; pelo inexcedível zelo no tratar das cousas religiosas; por um conjunto, enfim, de qualidades que lhe exornam o espírito, o caráter e o coração, muito não tardou que se tornasse alvo da grande estima e alta consideração que lhe votam todos os seus paroquianos, hoje, como dantes, admiradores convencidos de seus méritos e virtudes”. Com carinho Dª Ana da Conceição Saraiva Brandi, guardou cópia do referido documento assinado por centenas de pessoas. Para honra de Viçosa, os restos mortais do ínclito frade repousam aqui no cemitério D. Viçoso, na quadra 1, túmulo 129. Uma das principais ruas da cidade lhe perpetua o nome. Quanto a seus sucessores para se ter uma rápida recordação dos mesmos nada melhor do que uma referência aos últimos Papas.
O Pe. Álvaro Correia Borges lembra o Papa Francisco cujo discurso é direto, próximo das pessoas a tocá-las pela transparência da presença e por teologia simples, acessível com toque pessoal e afetivo, sempre atento aos sinais do povo e reagindo a ele. Assim o Pe. Álvaro com suas sentenças candentes, resolvia problemas políticos, familiares, pessoais. Era um padre do povo.
Monsenhor Modesto Paiva se apresentava como um Pio XII, asceta, de uma piedade irradiante, homem de ação.
Pe. Geraldo Maia, sacerdote de rara cultura, estudioso e conhecedor profundo da doutrina de Jacques Maritain, faz recordar Bento XVI, com suas homilias bem fundamentadas.
Pe. Carlos com longo paroquiato recorda o bem-aventurado João Paulo II, cujo pontificado foi de muitos anos, encantando a todos pela sua doutrina. Assim o Pe. Carlos, Professor também do Seminário de Mariana, que fez cursos em Roma para servir ainda melhor esta Paróquia.
Pe. Elias a todos maravilhou com sua bondade e lembra João XXIII, o Papa por excelência bondoso.
O atual Pároco, Pe. Paulo Dionê Quintão é como a síntese das qualidades de todos estes personagens. Através de realizações luminosas tem deslumbrado os seus paroquianos pela sua cultura, diplomacia, dinamismo, fazendo crescer continuamente a espiritualidade de seu rebanho. A recuperação de sua preciosa saúde atribuída a Santa Rita foi uma prova a mais do quanto a Padroeira confia na sua atividade pastoral.
Nestes 180 anos a Paróquia de Santa Rita, graças a seus dezesseis Párocos, se revela como uma árvore frondosa e fecunda, pois dela surgiram as três outras Paróquias: Nossa Senhora de Fátima, de São Silvestre e de São João Batista.

RESPONSABILIDADE DOS PAROQUIANOS E
ANÁLISE HISTÓRICA DA COMEMORAÇÃO
Nesta Missa de Ação de Graças pelos 180 anos da Paróquia de Santa Rita de Cássia cumpre, porém, a quantos pertencem a esta circunscrição eclesiásticas se conscientizem cada vez mais de seus deveres. Com efeito, a Paróquia é cada um de seus fiéis que fazem sua grandeza e lhe conferem uma perenidade luzidia.
O aprimoramento espiritual e o engajamento cada vez mais intenso nas diversas Pastorais, de acordo com os carismas e possibilidades de cada um, na vivência das orientações ministradas pelo atual Arcebispo D. Geraldo Lyrio Rocha, é que fará desta Paróquia uma das mais fervorosas da Arquidiocese de Mariana.

A História e o Ser Humano

De fato, qualquer aspecto da História da Igreja, como este que estamos recordando, só tem sentido, enquanto encarnado na vida do ser humano. Ou é história existencial ou se reduz a efêmeros louvores a uma instituição desvinculada da realidade.
Os esplendores de pomposas datas correm o risco de se tornarem artificiais, pois o que vale é a projeção verificada de um significado humano ou uma inteligibilidade vivencial captada na experiência temporal do ser.
Trata-se, com efeito, de se analisar lances encadeados para um fim. No caso em tela, uma atuação pedagógica e libertadora operada pela Igreja em Viçosa. Atividade que enriquece os fiéis, voltada para eles e não para a Instituição.
Focalizar a Paróquia em si com o fulgor aparente de eventos, traz em si uma limitação da dimensão histórica e em seu bojo está uma visão profundamente equivocada.
Qualquer acontecimento ou ação que não atingem o ser-no-mundo e não se projeta para libertar o homem na compreensão bíblica do universo, são vazios. Esta lacuna tem sido diagnosticada em obras consagradas, cujo pensamento está enclausurado na mera descrição das ocorrências ou no simples relato biográfico das pessoas. Uma História meramente factual ou carlyliana, isto é, mera exaltação de heróis não leva ao cerne das questões que fazem o homem realmente progredir.
A interpretação do ser racional e do todo social que resultam da ação da Igreja rasga novos horizontes e apenas ela permite uma verdadeira análise do passado e pode possibilitar uma caminhada para o futuro, ou então se correria o risco de haver uma sociedade decorativamente cristã meramente exaltada.
É preciso se decifre na trama dos fatos a realização coerente de uma missão divina, operada pela Igreja a qual tenha possibilitado o ser do homem tornar-se o reflexo vivo da presença e da atuação de Deus.
São estruturas básicas da existência humana que interessam, “situações” beneficiadas pela presença da Instituição que liberta e não dela distanciadas, como uma visão triunfalista projetaria.
Na observação exterior do homem, de sua conduta, de seus comportamentos visíveis, por todos observáveis, se perde a História, cuja ótica é apenas a aparência também visível.
A consideração de formas que incluem significações e valores, conteúdos interiorizáveis e opções faz então a História ser mestra e norteadora.

A influência histórica da Paróquia de Santa Rita

Ao se fazer, porém, um estudo dos 180 anos da Paróquia de Santa Rita de Cássia se conclui que esta presença tem sido bíblica, sempre contribuindo para que as dimensões do ser se abrissem ao apelo libertador de Deus, pois a essência do cristianismo é a existência e ação de Cristo em ordem à superação de tudo que entrava o pleno desabrochar das potencialidades latentes no íntimo de um ser racional.
A História da Paróquia de Santa Rita de Cássia deve então ser vista como a atuação de um organismo social, cujo crescimento histórico não se deu através dos progressos da Instituição, dos jubileus, das datas comemorativas, mas sim no que tudo isto poderia significar como concretização da integração de todos os valores humanos inseridos na destinação transcendente do homem.
Rever a história partindo do homem, dos homens, povo de Deus, que a Igreja salva, é a meta que evita distorções.
A ciência dos atos humanos do passado e dos fatores que nele influenciaram vistos na sua sucessão temporal vai, portanto, muito além da narrativa.
É preciso decifrar, na trama dos episódios decorridos durante 180 anos a formação ministrada pela Paróquia.
Neste estudo dos 180 anos o que interessa saber realmente é se houve uma evangelização profundamente eficiente.
A História de uma Paróquia deve ser vista como a manifestação de um organismo social que leva os que nela viveram e vivem a alcançar a plenitude do ser humano, a “ atingir a medida da estatura de Cristo”, como mostrou São Paulo aos Efésios. (Ef 4,13).

Magnas inquisições

Após 180 anos, bem podemos imaginar esta Paróquia numa atitude histórico-filosófica como um personagem atormentado a se perguntar: ‘Quem fui? Quem sou? Quem serei?’
Nesta data estamos dando uma resposta a estas inquisições através da análise de sua História como um processo de cristianização, de universalização, de deificação e não através do endeusamento da estrutura.
Pois bem, dentro desta perspectiva é que se pode dizer que tem sido humanitária e evangelizadora a atuação da Paróquia de Santa Rita em quase dois séculos. Neles se nota o fulgor de uma atuação que visou sempre uma formação autêntica de seguidores do Evangelho, um serviço a favor da espiritualização dos fiéis.
Poder-se-á então vislumbrar um porvir glorioso e esta comemoração estará, de fato, indicando uma marcha para frente.
É que, deste modo, se torna verídica a assertiva de Públio Siro: Discipulus est prioris posterior dies – o tempo passado é educador do presente e do futuro.
Apenas deste modo se estará fazendo uma verdadeira Filosofia da História deste já longo período, dentro de uma ótica a mais científica possível
Assim razão teve Cícero ao ensinar que Historia est testis temporum lux veritatis, vita memoriae, magistra vitae, nuntia vetustatis – a História é testemunha dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida, a mensageira da antiguidade.
Ao se analisar a trajetória desta Paróquia percebe-se que ela tem exercido no cenário nacional um papel de transcendental importância, sendo uma rica seara de esperanças, um viveiro de fiéis que ilustraram e ilustram a Igreja e a Pátria.
Mãe fecunda de sabedoria e piedade, nestes 180 anos esta Paróquia tem sido um foco de luz, engrandecendo Minas e o Brasil.
A FORMAÇÃO DE ÓTIMOS CATÓLICOS

Visão global

Sob as influências benéficas dos Párocos e demais sacerdotes que os têm auxiliado nestes anos todos esta Paróquia tem formado ótimos católicos.
Estes por sua conduta têm sido um brasão a embelezar o Corpo Místico de Jesus Cristo e, por suas virtudes, sempre foram glória da religião e da sociedade.
Esta Paróquia educou inicialmente um povo que viu crescer uma cidade que se tornou sede de uma das maiores Universidades do mundo.
Aqui moraram e residem fiéis que sempre se mostraram de extrema dedicação à causa da Igreja, paladinos de uma idéia excelsa como esta de expandir o Evangelho e servir ao próximo como São Paulo, fazendo-se tudo para todos, para salvar um bom número deles a todo custo (1 Cor 19,22).
Que brilhante galeria de celebridades ofereceu esta Paróquia nestes 180 anos! História aurífera, pois apresenta varões extraordinários que burilaram e burilam nos bronzes do heroísmo as mais puras glórias humanas.

Vultos eminentes

Nesta hora basta que se lembre um dos maiores vultos da História do Brasil que foi criado nesta Paróquia de Santa Rita, o imortal Dr. Arthur da Silva Bernardes. Sempre que vinha a esta sua cidade deixava um rastro de religiosidade profunda. Na antiga Matriz sua presença na Missa dominical, acompanhado de sua virtuosa esposa Clélia, sempre edificou seus correligionários e conterrâneos, como pôde presenciar inúmeras vezes quem profere esta Oração Gratulatória. Ele se tornou o protótipo de centenas de outros paroquianos de Santa Rita. No Rio de Janeiro nunca deixava de participar das Missas dominicais, apreciava o Evangelho de São João, lia e relia as Cartas de São Paulo. Adite-se que a amigos presenteava com o livro “Imitação de Cristo”. Além de sua profunda devoção a Santa Rita de Cássia, grande a sua veneração a Santa Terezinha do Menino Jesus. Este sacerdote recebeu de sua família a imagem desta santa que se achava na sua residência à Praça Silviano Brandão e hoje é objeto de louvores na Casa da Praça do Rosário, 15, por sinal local em que residiu por alguns anos este notável político e cristão, que hauriu seu espírito religioso na Paróquia de Santa Rita.

Famílias tradicionalmente católicas

Lembre-se, igualmente, o patrimônio religioso valiosíssimo, que as famílias aqui radicadas formadas nesta Paróquia guardam e enriquecem através dos anos. A sociedade vale o que valer a família. A decadência desta fere mortalmente a civilização. Todas as grandes urbes se ufanam de suas famílias que projetam os traços prismáticos da genuína grandeza. Viçosa orgulha-se destes pilares e sua grandeza, alicerces de suas conquistas, sua gente. Bernardes, Freitas, Araújo, Carvalho, Gouvêa, Lopes Faria, Pacheco, Machado, Loureiro, Coelho, Sant’Ana, Souza Lima, Rodrigues, Jacob, Vaz de Melo, Costa Val, Alencar, Ferreira da Silva, Castro, Comastri, Ramos, Torres, Vaz de Melo, Saraiva e tantas outras linhagens ilustres. Delas saíram um Benjamim Araújo, um José Lino de Castro, um Verano Lopes Faria, um Joventino Octávio Alencar, um Senador do Império Carlos Vaz de Melo, Jorge Ramos, uma Alice Loureiro, Professoras como Elvira Coelho, Donana Machado, Argina Silvino Ferreira, Nenzinha Ferreira e vários sacerdotes, como o Côn. Francisco Lopes da Silva Reis (Pe. Chiquinho) e religiosas, a exemplo da Irmã Áurea, notável Pedagoga. Todo um batalhão de mulheres e homens dignos, honrados, semeadores do bem, construtores de uma ordem social humana, profetas da verdade.
Rebrilha assim o espírito de fé do viçosense formado nesta Paróquia. O notável fervor de uma gente que cresceu à sombra da Cruz. A fidelidade de um povo à verdade do Evangelho.

Uma cidade eminentemente católica

Ruas e praças públicas homenageiam Cristo, Maria e os Santos, Papas, Bispos e Padres. O mês de maio, com suas tradicionais coroações, marca a alma viçosense. Viçosa contempla na sua história anos de bênçãos divinas e aparece como nume adorável da crença, tutelar zelosa do culto à divindade, sentinela avançada da Religião. Ela transmite às festas litúrgicas luzimentos ímpares, sobretudo em suas famosas Semanas Santas e nas solenidades da Padroeira Santa Rita de Cássia. Soleníssimas comemorações que reúnem, numa mesma fé, milhares de corações e tudo isto legado pela Paróquia de Santa Rita nesta trajetória de quase dois séculos de existência.
180 anos depois de sua fundação, comentário vivo da grandeza desta Paróquia, é o esplendor viril do sacrifício dos sacerdotes, religiosas e leigos que aqui têm trabalhado e vivido, a glória serena de sua sabedoria e de sua caridade, a auréola singular de suas virtudes, a soma incontável de bens por toda parte por eles espalhados.

CONCLUSÃO

Pois bem, foi dentro desta perspectiva é que se procurou sintetizar a atuação da Igreja através desta Paróquia de Santa Rita, nos quais nota-se o fulgor de uma atuação que visou em todos estes anos mostrar Jesus como o único Salvador, esperança de todo os homens. Além disto, a veneração à Virgem Maria e a Santa Rita tem sido penhor de todo este sucesso social e religioso.
A Paróquia em Viçosa nestes 180 anos nunca traiu sua vocação evangelizadora.
Espera, hoje, mais do que nunca, a participação de todos os fiéis para que a Verdade do Evangelho construa sempre uma sociedade mais humana na alheta de sua gloriosa Padroeira Santa Rita de Cássia.
O que o Papa Francisco pediu numa de suas exortações aqui no Brasil a Paróquia de Santa Rita nunca deixou de realizar, ou seja, sempre cuidou da periferia. A prova disto é que ao comemorar seus 180 anos ela ostenta Capelas em toda sua região, muitas legadas às outras três Paróquias, numa assistência social e religiosa eficiente aos bairros mais afastados e pobres. Neste instante basta que se lembre o antigo Morro do Café, hoje o progressista Bairro União.
Por tudo isto, prolfaças à gloriosa a esta Paróquia, a seu virtuoso e estimado Pároco Pe. Paulo Dionê Quintão e a todos que se gloriam de pertencer a este redil do Rebanho de Cristo.
Os habitantes de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, se gloriam de ter erguido a maior estátua de Santa Rita no mundo, mais alta do que a do Cristo Redentor no Corcovado. Entretanto, nenhum devoto de Santa Rita jamais ultrapassará o afeto que lhe devota o viçosense
Ad majora semper fulgentíssima Paróquia de Santa Rita de Cássia de Viçosa, uma das mais preciosas jóias da Arquidiocese de Mariana, um dos mais valiosos tesouros da nossa Santa Igreja Católica!

Dia 30 de setembro de 1871, pela Lei Provincial número 1817 Santa Rita do Turvo foi elevada a Vila, data faustosa do início de sua organização jurídica. Nesta data se comemora o Dia da Cidade de Viçosa. A instalação do Município se deu a 22 de janeiro de 1873.

Fontes

Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana – Seção De
Genere et Moribus
ALENCAR, Alexandre. Fatos e Vultos de Viçosa. Belo Horizonte,
Editora Santa Maria, 1959.
BARBOSA, Waldemar de Almeida. Dicionário Histórico-
Geográfico de Minas Gerais. Belo Horizonte, Editora Saters Ltda,1971
CARVALHO, José Geraldo Vidigal de Carvalho, 90 anos da
elevação de Viçosa a Vila, in Temas Finais, Viçosa, Editora Folha de Viçosa, 2003, p 39-42
BRANDI, Felício. A Verdade sobre os fundadores de Viçosa in:
Tribuna Livre. Viçosa, 11.10.1991. P. 6.
OLIVEIRA, Dom Oscar de. Viçosa Centenária, in O
ARQUIDIOCESANO, Mariana, Editora Dom Viçoso,
1971. n.631, p.1
PANIAGO, Maria do Carmo Tafuri. Viçosa, Mudanças
Socioculturais. Viçosa, Imprensa Universitária da UFV,1990
QUINTÃO, Pe. Paulo Dionê. Paróquia celebra 180 anos in
SEMEANDO,Viçosa. agosto de 2013, p.1
TRINDADE, Cônego Raimundo Trindade, Instituição de Igrejas
no Bispado de Mariana. Rio de Janeiro, Ministério da Educação, 1945.

 

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