Com o Advento um novo ano litúrgico começa e a Igreja convida a todos
os fiéis a bem se prepararem para a solenidade do Natal. Nesta época
na qual reina no atual contexto social, nas instituições e até nas
famílias e comunidades católicas o temor, a apreensão ocasionada pela
pandemia e outros males, viver profundamente a alegria pela
comemoração da vinda do Filho de Deus a esta terra, é renovar a fé,
indo ao encontro de uma nova esperança. Esta esperança tem um nome
sublime: Jesus. Ele fará cada um caminhar sem desfalecimentos no seu
aprimoramento pessoal, contribuindo a fim de que o mundo seja melhor
para todos. Enorme responsabilidade, porque Deus vem com graças
especiais ao encontro dos que se imergirem na mística cristã deste
período litúrgico e daí o alerta: “Estai atentos! Vigiai e orai”. É
que as inspirações divinas deverão ser captadas e a vigilância é
imprescindível, vivida, porém, numa união ainda mais profunda com este
Deus que se fez homem e habitou entre nós. Isto para a todos chamar
afim de participarem da natureza divina. Donde ser necessária total
disponibilidade para corresponder a tão maravilhosa vocação.
Vigilância para que os corações não endureçam, não estejam inertes,
mas aptos a cor. responderem aos chamados divinos. Trata-se de
percorrer com mais fervor o caminho da santidade através dos
sofrimentos de cada hora, do trabalho humilde e da prece constante. O
Advento leva assim o cristão a um reencontro especial com seu Senhor
no coração mesmo de sua história pessoal. Estar de sobreaviso para que
cada um possa passar frutuosamente estes dias abençoados do Advento,
como insistia São Paulo: na sobriedade, revestidos da couraça da fé e
da caridade, do capacete da esperança da salvação que Jesus veio
trazer para os que O receberem com amor. As forças humanas, as
intelectuais como as biológicas, são sempre insuficientes, donde a
precisão da energia divina que cumpre seja pedida com persistência. À
impotência humana vem o poder do Todo-poderoso Senhor que deve ser
confiadamente aguardado. A oração confirma a insignificância do ser
humano e robustece, porém, sua fé. As calamidades dos fenômenos da
natureza exigem, mais do que nunca atenção e oração. Jesus veio, vem e
virá são as três certezas que o tempo do Advento nos recordará. Ele
veio, porque desceu do céu e se encarnou no seio da Virgem Maria,
abolindo maravilhosamente toda distância entre o Criador e suas
criaturas, lançando seus apelos no interior de cada um que procurar
seguir seus caminhos, ajustando-se à Sua vontade longe da borrasca do
pecado; Trata-se do dinamismo divino que varre para longe as misérias
e fraquezas humanas. Ele veio e vem até os corações de boa vontade,
oferecendo sua amizade, seu corpo e sangue, todas as riquezas
celestiais. Faz conhecer os dons divinos, as delicadezas de seu amor
redentor que transfiguram o coração humano. Tudo isto se dá na medida
em que cada um vive coerentemente tudo que Ele veio ensinar para
conseguir a vida eterna. Ele veio na humildade, vem na intimidade de
cada coração e virá um dia na sua glória. Esta glória outra coisa não
é senão sua união com o Pai, a densidade da vida e da felicidade que
Ele oferece como Segunda Pessoa da Trindade Santa. Vivendo
santamente o Advento, virá o grande dia prometido por ]esus que é fiel
com quem lhe foi fiel nesta terra e o verá face a face. Daí a
importância da vigilância e da oração.tão insistidas por Jesus. Ele
deseja que estejamos alertas. Eis aí disposição essencial do
verdadeiro cristão que compreende o significado do Advento, que
entende o que quer dizer verdadeiramente estar atento. Não estar a
dormir, nem estar adormecido, mas cauteloso, consciente do bom
aproveitamento deste tempo de graças especiais, voltado unicamente
para Deus e não para as futilidades terrenas. Longe, portanto, das
preocupações mundanas, de sonhos mirabolantes, da dispersão, de uma
passividade deletéria. Que se afastem as inquietações, as preocupações
estéreis, as obsessões malignas. O amor de Deus deve mais do que numa
reinar, porque Jesus que chega é salvador amoroso que quer recompensar
e não punir. Velar é se voltar inteiramente para Deus, desejando
ardentemente sua manifestação amorosa, pois Ele é o salvador
misericordioso. Daí a prática cuidadosa de toda justiça com alegria,
seguindo mais perfeitamente os caminhos do Senhor que vem. É preciso
sentir a ausência daquele que ansiosamente se espera. Trata-se da sede
espiritual de quem crê e aguarda o grande Rei Professor no Seminário
de Mariana durante 40 anos.