Ir para o conteúdo

O valor das boas obras

Notável a sentença de Jesus: “O homem de bem, do bom tesouro do seu coração,tira coisas boas” (Lc 39-45). Antes, numa bela comparação, Ele havia afirmado que a “arvore se conhece pelo próprio fruto”. Daí o valor das boas obras. Nenhuma importância, de fato, têm as palavras se não são seguidas pelas ações virtuosas. De nada adianta se dizer cristão se não se pratica o que o Mestre divino ensinou. Eis porque Ele alertou: ¨Nisto será glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim vos demonstrareis meus discípulos” (Jo 15,8). São Paulo então aconselhou aos Gálatas: “Enquanto temos tempo, façamos o bem” (Gl 6,10).

É isto que significa tirar a trave do próprio olho para ajudar o irmão a lançar fora o cisco que se acha no olho dele. Cumpre ser um autêntico discípulo de Jesus para poder irradiar o bem que flui lá do íntimo do coração que se assemelha ao coração de Cristo. Não basta prestar atenção ao que se faz, mas o importante é cultivar sempre o que se deve ser, dado que uma boa árvore não produz frutos maus. Isto porque os frutos resultam da qualidade, da bondade, da força, da saúde, da vitalidade da árvore. A evangelização se torna eficiente justamente quando os evangelizadores primam pela santidade de vida, pelo bom exemplo. Daí a busca ininterrupta da perfeição cristã em vista a um apostolado eficiente, frutuoso. Trata-se de estabelecer uma base sólida de onde possa raiar o bem na vida das pessoas com as quais se vive. O cultivo da vida interior é condição basilar para o progresso do Evangelho. Ser plenamente cristão para fazer que todos sejam também seguidores de Cristo, dando frutos opimos. Eis porque é preciso sempre verificar as próprias ações fazendo o diagnostico do estado da própria alma, para não se tornar um servo inútil ou até prejudicial à causa do Reino de Deus.

Na carta a Tito São Paulo descreve o cristão exemplar: que é “irrepreensível, amigo do bem, sóbrio, honesto, moderado, saudável na fé, na caridade, na paciência e no sofrimento, hospitaleiro. moderado, justo, santo, equilibrado, ligado à verdadeira palavra tal como está na Bíblia, para poder exortar segundo a sã doutrina e refutar os contraditores”. Ei aí o que é ser uma boa árvore. Na carta aos Romanos o mesmo Apóstolo Paulo enumera os maus frutos, como “injustiça, perversidade, cupidez, malícia, homicídio, inveja, discórdia, malignidade, calúnia, arrogância, rebeldia para com os pais, deslealdade, falta de caridade, e de misericórdia” (Rm 1,25-32). São os péssimos frutos de uma má árvore. Não basta, de fato, ter boas ideias, boas intenções para ser uma boa árvore no jardim do Senhor. É necessário ter consciência do valor imenso dos atos diante de Deus e dos homens.

Deve haver uma unidade indissolúvel em o ser e o agir do verdadeiro cristão O que cada um é no seu interior não pode estar dissociado do que ele é no exterior, ou seja, no seu modo de agir. Trata-se de uma exigência da vida evangélica. O modelo foi o próprio Cristo no qual não houve nenhuma distância entre o que Ele ensinou e o que Ele praticou. Jesus fez o que ele disse e disse o que ele fez. É isto o que Ele espera de seu discípulo. Portanto, unidade perfeita entre o nosso ser, nossas palavras e nossos atos, abolida toda e qualquer incoerência. É preciso praticar sempre o bem e não desfalecer, perseverando sem cessar. Nunca se reflete demais nas palavras de São Tiago: “ Mostra-me a tua fé sem as obras, que eu, por meio das minhas obras mostrar-te-ei a fé” (Tg 2,18).

A fé, realmente, sem as boas obras é morta. É necessário estar atentos, mesmo porque o fundo da natureza humana é bom, cada um é capaz de produzir bons frutos. Entretanto, por força das aliciações do inimigo, pela influência perversa dos meios de comunicação social, pelos horrorosos crimes que se multiplicam e são enfaticamente divulgados pela mídia sensacionalista, o cristão corre o risco de desfalecer e pode, infelizmente, aderir ao mal, admitindo o erro e tomando posições frontalmente contrastantes ao que Jesus ensinou e praticou.

Todo cuidado é pouco, pois como advertiu São Pedro, o demônio como um leão a rugir anda em derredor do seguidor de Cristo, prestes a devorá-lo (1 Pd 5,8) . É urgente sempre resistir com a potência de uma fé profunda que levará a se praticar o bem e a evitar o mal, valorizando sempre as boas obras. 


Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

Compartilhar:

FIQUE POR DENTRO

Santa Clara, Peregrina da Esperança e da Luz🗓️ De 02 a 11 de agosto | ⏰ Sempre às 19h30📍Paróquia Santa Rita de Cássia – Viçosa/MG A Comunidade Santa Clara convida...

No dia 25 de julho de 1925, nasceu minha Mãe, numa Fazenda, nas proximidades do Distrito de Padre Fialho, popularmente conhecido como Garimpo, Município de Matipó. Na Pia Batismal recebeu...

Vinte e sete de julho de 2007 é a data da instalação do Centro de Educação Infantil de nossa Paróquia. Uma chuva de graças que, com a intercessão de Santa...