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A Esperança na primeira Carta de São Pedro

‘A primeira carta de São Pedro (1Pd) está entre as cartas católicas ou universais…’

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A primeira carta de São Pedro (1Pd) está entre as cartas católicas ou universais. Ela é assim caracterizada porque é destinada às comunidades cristãs de todo o mundo. Sua escrita teve um nobre propósito: encorajar os cristãos em tempos de provações e perseguições, a fim de se manterem firmes na verdade diante de tantos ensinamentos equivocados (1,6). Nesse sentido, entende-se que a carta é cristocêntrica, pois encoraja a todos a configurarem a sua vida a Cristo Servo e dar o seu testemunho cristão em todos os lugares. Por isso, nos convida 1Pd a “dar razão de vossa esperança” (3,15). O tema da esperança é central nesta carta. A expectativa escatológica perpassa toda ela e deve ser a mensagem que resume toda a nossa forma de ser e agir.

Os cristãos da época não viviam em condições favoráveis, padecendo muitas provações e sofrimentos. Além disso, eram tidos como uma pequena seita, composta por uma minoria que não se adequava aos costumes judeus e gregos da época. Eram apresentados como ateus, pois seguiam ou adoravam os deuses pagãos. Observando aquela realidade, Pedro, começa a preparar a comunidade e encorajá-los para a prova que estava por vir (4,12). Logo, escreve esta carta para que mantivessem firmes nas provações e alegres nas adversidades, por participarem dos sofrimentos de Cristo (4,13). Aliás, para o autor, será bem-aventurado todo aquele que sofrer por causa do nome de Jesus. O Espírito está sobre estes que sofrem. Sofrer aqui não como os assassinos, ladrões ou malfeitores, mas pelo nome de Jesus que virá em sua glória e salvará a todos que não se envergonharem de seu nome (4,12-19).

São Pedro, também chamado de “apóstolo da esperança”, afirma que em Cristo temos a esperança viva (1,3), que nos ensina a viver o tempo presente e a descansar em Deus na jornada rumo ao céu (1,4). Esta esperança viva nos convoca a aguentar firmes e superar toda discriminação que possa surgir em nome de Jesus. Esta é a grande diferença cristã (1,3-12). Na fé em Jesus e pelo poder de Deus, seremos guardados para a salvação que se revelará nos últimos dias (1,5) se não aceitarmos ou capitularmos diante de tudo que lhes impõem o mundanismo.

A proposta de Pedro é a esperança da vida eterna. É uma herança que jamais perecerá ou perderá o seu valor. Aqui, a impressão é a de um olhar apenas para futuro, desconsiderando o presente. A esperança, no entanto, surge da experiência presente que nos impulsiona para a experiência futura. Não há ruptura entre essas duas dimensões, mas há uma unidade orgânica. Somente localizados, isto é, situados na realidade, conseguir-se-á olhar para o futuro com esperança, na certeza de que a graça de Deus superará toda adversidade. A fé em Jesus é a garantia da experiência alegre e gloriosa dos últimos dias (1,8).

Estas certezas, atraem os fiéis a uma vida santa em Deus. Este é o pedido de São Pedro, viver conforme o Evangelho de Jesus Cristo (1,13). Fomos comprados pelo precioso sangue de Cristo, sangue derramado na cruz (1,19) e muito superior ao ouro e prata desta terra (1,18). Dessa forma, percebemos que tudo o que temos aqui é temporário, inclusive os sofrimentos, e, portanto, a nossa fé e esperança devem estar ancoradas na vinda do Senhor Jesus Cristo, o Dia do Senhor, e a bendita salvação (1,20). Por meio de Jesus, temos fé em Deus que o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória (1,21), por isso a nossa esperança é viva.

A salvação em Cristo é uma dádiva, é um dom. Somos salvos não porque merecemos, mas pelo grande amor de Deus. Dele recebemos a graça e, esta graça, opera em nós (1,9). Não há nada o que podemos fazer a não ser esperar caminhando (homo viator), pois a consumação está por vir. O cristão é convidado, portanto, a viver voltados para a revelação do Senhor, para o encontro com Ele. O Espírito Santo é o grande agente impulsionador dessa esperança.

Seguindo este caminho, São Pedro, exprime as motivações que devemos ter para proclamar a Esperança. Esta motivação parte de uma experiência profunda de fé e que, impulsionados pelo Espírito Santo, vamos testemunhar com alegria a esperança. Mais do que grandes elucubrações filosóficas ou encadeamentos lógicos que argumentativamente elucidam a nossa fé, a nossa esperança deve ser uma experiência profunda e verdadeira com a pessoa de Jesus que resolutamente assegura a presença de Deus em nós, no Espírito Santo, até o final dos tempos.

BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA SAGRADA. Tradução oficial da CNBB. 2ªed. Brasília: Edições CNBB, 2019.

SUENENS, Cardeal L. J. O Espírito Santo nossa Esperança. 2ªed. São Paulo: Edições Paulinas, 1975.

Autor: Seminarista Robson Cunha Chagas

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