A multiplicação dos pães

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Jesus tendo ido para o outro lado do mar da Galileia viu uma multidão
que o seguia (Go 6,1-15), A partir de cinco pães e dois peixes, Ele
“rendeu graças e os distribuiu” para quase cinco mil homens. Deus todo
poderoso que era pôde fazer aquele prodígio e, quanto a nós, mais do
que procurar simplesmente explicações de como isto foi feito, deve nos
interessar a razão pela qual Ele realizou tão estupendo milagre É
certo que seus milagres foram prova de seu poder divino, mas, além de
nos levar até um Deus todo-poderoso, precisam aumentar uma total e
absoluta confiança nele. Todo e qualquer milagre sobre ser um sinal
destinado a atrair a atenção é algo que une uma realidade material a
uma significação espiritual. Deus em seu ato criador, dispôs as leis
naturais para organizar o cosmos, este mundo maravilhoso no qual
vivemos e os milagres que derrogam estas leis, são sempre algo de
excepcional. Nos milagres operados por Jesus, porém, além de
admirarmos sua onipotência, cumpre captar a manifestação do interesse
de Deus pelas suas criaturas. Ele não faz nada de absurdo e sempre tem
em vista ajudar os homens, restaurando lhes a saúde, sua dignidade,
sua vida. Os prodígios operados por Ele visaram testemunhar sua
benevolência, seu amor para com os seres racionais. É isto
precisamente que contemplamos na multiplicação dos pães. Mesmo na sua
época, como acontece em nossos dias, milhares passando fome, mas vemos
que Ele se condoeu de um grupo de cerca de cinco mil homens, Esta
clemência ocorreu com os doentes, os coxos e aleijados, mas Ele curou
apenas alguns deles. Epidemias, guerras se sucedem através dos tempos,
mas a ação do divino Taumaturgo se limitou a alguns episódios durante
sua passagem por este mundo. É que a intenção primordial de Cristo era
mostrar que, vindo atender as esperanças de alguns, Ele firmou a
expectativa de todos. Aliás, Ele mesmo afirmou: “Vinde a mim todos vós
que estais atribulados e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Atendendo às
súplicas de quem nele confia, vindo em auxílio dos atribulados, Ele
deixa, contudo, palpitante o desejo da busca do bem absoluto que se
possuirá apenas na outra vida. Aqueles para quem Ele multiplicou os
pães voltariam a ter fome, mas eles se lembrariam de que havia alguém
que com sumo poder os auxiliaria, se nele confiassem e procurassem em
tudo os bens eternos. Daí então ser necessário ir sempre à fonte da
verdadeira e perene felicidade. Assim sendo, a multiplicação dos
pães hoje recordada vem lembrar uma multiplicação muito mais
maravilhosa que é a multiplicação do Pão eucarístico que vem
alimentando espiritualmente milhares de fiéis através dos tempos e é,
em si, o pão da vida eterna. Jesus mesmo asseverou: “Quem come deste
pão viverá eternamente” (Jo 6,51), quando obterá o bem absoluto sem
limitações alguma. Jesus, quer, portanto, que desejemos o sumo Bem. O
pão que Ele multiplicou para aqueles que O seguiam não impediria que
eles voltassem a ter fome, mas era assim sinal do Pão da vida que era
Ele mesmo, sabedoria de Deus. Além disto, Cristo deixou outro
ensinamento mostrando que para Ele o seu alimento era fazer a vontade
do Pai e que nossos desejos estejam orientado para fim tão nobre e
necessário. Ensinou seus discípulos a pedirem sempre a Deus “seja
feita a vossa vontade” (Mt 6,10). Deste modo nossas aspirações e bens
materiais devem ser orientados sempre para sua verdadeira finalidade.
Tudo deve convergir para nossa vocação espiritual, ou seja, tendo como
referência a pátria verdadeira para a qual devem ser orientadas todas
as nossas aspirações. Donde ser importante ter fome de Deus. Nesta
peregrinação terrestre não pode faltar o Pão eucarístico que leva à
vida eterna. Este Pão celeste, contudo alimentará verdadeiramente,
espiritualmente milagrosamente somente, quando o fiel se entregar
inteiramente a Ele que fará maravilhas na vida de cada fiel. Uma
relação de fé com Ele é imprescindível, pois se trata de passar do
visível ao invisível. É preciso reconhecer nele a divindade que escapa
a nossos olhos mortais, presença, porém bem real. Entretanto só a fé O
pode acolher, reconhecer nele o “Verbo de Deus que se fez carne e
habitou entre nós”. A Ele então presente em nosso coração e em nossa
vida estamos sempre unidos. Trata-se do olhar interior. O olhar da fé
é uma luz admirável que permite então O acolher de todo o coração e,
se este foi um objetivo de todos os milagres de Cristo, maior ainda
ele o foi com a multiplicação do Pão eucarístico que é o grande
alimento desta virtude pela qual se tem uma profunda Comunhão de vida
com Ele. Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

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