A palavra é possuidora de uma força própria. Lidar com ela requer ciência e sabedoria. Sua magia faz o mundo conspirar em seu favor. Garimpei em meu coração e na fé o que compartilho como caminho numa estrada existencial que pode nos levar à vida plena.
Amor. Quem não ama não está vivendo de verdade. Somente o amor é capaz de dar sentido à nossa história. Ninguém é feliz de verdade se não fizer do amor o pressuposto básico de sua vida, traduzindo-o em altruísmo e doação em prol de seu semelhante.
Despojamento. Aqui está a liberdade. Despojar-se é ser livre. Só quem sabe desprender-se é capaz de vislumbrar as novidades que a vida oferece. O universo do que temos a receber exige desapego e partilha. Prender-se é a mesma coisa que se satisfazer com pouca coisa em face da imensidão que nos aguarda. É como se você se saciasse com as entradas postas à mesa do restaurante. Quando chegarem os finos e saborosos pratos da casa, não há espaço. Sobremesa? Não há nem como imaginar… Despojar-se é não ir com demasiada sede ao pote, nem tampouco se afogar em seu conteúdo.
Palavra. Não basta que as pessoas sejam amadas. Elas precisam saber disto, assegurou São João Bosco. Usar a palavra como necessário instrumento de comunicação do que sabemos e sentimos. Saber guardá-la para o momento correto. Quem sabe silenciar-se é senhor da palavra; quem a pronuncia é escravo dela. Proclamar a Palavra de Deus é nos tornar “escravos”, servidores dela.
Gestos. Estes traduzem algo mais forte. A palavra pode ser elaborada na inteligência, disfarçada pela imaginação e posta de modo controvertido. Mas o gesto, não. Este é mais eloquente. Traduzir em gestos o que está em nossa alma, fortalece os vínculos de amor e solidariedade.
Confidências. Os segredos são próprios do zelo de quem sabe respeitar a privacidade alheia. Abrir-se ao outro é atitude de confiança. Abrir-se a Deus que já nos conhece, mas devido ao seu Amor, gosta de ouvir o que já sabe para ajudar-nos a reelaborar o que devemos ser e pensar. Guardar as confidências alheias no sacrário da grandeza interior.
Encantamento. Aqui está o segredo da felicidade. Só uma pessoa encantada com a vida consegue realizar-se. “A primeira vez que me assassinaram, levaram-me o sorriso que eu trazia… a segunda vez…” Há situações, fatos etc. que quebram nosso encanto, mas Jesus veio nos ressuscitar, não apenas no final de nossa existência temporal, mas a cada vez que formos feridos de morte em qualquer uma de suas dimensões: psicológica, espiritual etc.
Alegria. Levar a sério a alegria é questão de decisão. Incluir na agenda do ser a possibilidade de ser uma pessoa alegre. Jesus disse: “Eu quero que minha alegria esteja com vocês e que a alegria de vocês seja plena”. Não pode ser triste uma pessoa que se deixou alcançar pelo amor de Deus.
São apenas gotas de reflexão, diante do imenso mar de ideias que podem alimentar nossa imaginação, diante da força de cada vocábulo. Harmonizar-se frente a tais tocheiros luminosos, capazes de nortear nossa vida, é acreditar na força das palavras, tomando como decisório ponto de partida o Amor para se chegar à PERFEITA ALEGRIA.
Padre Paulo Dionê Quintão – Pároco