As primeiras aparições de Jesus ressuscitado narradas pelos
evangelistas robustecem as alegrias do dia da Páscoa (Luc 24,1-12), O
testemunho de nossos primeiros irmãos na fé nos oferece uma preciosa
ajuda para que possamos receber com intenso jubilo o divino Vitorioso
sobre a morte o que ressuscitou imortal e impassível. Cumpre receber
Jesus triunfante que não cessa, com paciência e disponibilidade, de
vir aos corações dos fiéis envolvendo no gaudio suas existências.
Várias atitudes podem nos ajudar a entrar na relação com Aquele que
nos oferece seus dons celestiais e que faz novas todas as coisas.
Aquelas mulheres que foram ao sepulcro de Cristo estavam ainda sob o
influxo da violência com que trataram o divino Redentor e se achavam,
de fato, assombradas por tudo que havia acontecido a Jesus. Apesar de
tudo, estavam possuídas por uma atitude de confiança Um belo exemplo
para a vida de todos os cristãos ao se levantarem em um novo dia e, no
seu ocaso, todas as ações oferece a seu Senhor. Tudo isto demonstrando
absoluta confiança na ação divina. Notável indagação do anjos àquelas
que encontraram o túmulo vazio: “Porque procurar o Vivo entre os
mortos?”. Por entre as dificuldades do dia a dia não se deve deixar
levar pelas perturbações, eis aí uma grande lição a se tirar deste
episódio. Ante as tribulações que fazer? A solução é simples e nos
‘é oferecida por este texto. Cumpre analisar os fatos com calma e não
se deixar possuir pelos males passados, mas aguardar com tranquilidade
as ações divinas com segura expectativa, pois o porvir será luminoso e
é necessário se preparar para recebe-lo com proveito espiritual. Os
anjos anunciam então uma boa nvoa àquelas mulheres “Ele não está aqui,
mas ressuscitou”. Para Deus nada é impssíve! Elas acreditaram e forma
anunciar o maravilhoso acontecimento da Ressurreição do Senhor Àquele
anúncio Pedro quis compreender a situação e correu logo ao sepulcro.
Era o chefe que queria estar bem certo do que estava ocorrendo. Era um
responsável e vai constatar o acontecimento. Foi e verificou
simplesmente o que lhes fora dito sobre o sepulcro vazio. Ele foi
sozinho e pouco apreendeu. Uma outra boa lição, ou seja, o cristão não
deve fazer nada sozinho Deve abrir-se à palavra fraterna e participar
dos fatos envolvendo os irmãos. Abrir-se aos planos de Deus e tentar
melhor compreender as ações providenciais de um Deus todo poderoso.
Páscoa reserva assim muitos ensinamentos. Ser confiante, contemplar e
vivenciar a profundidade do sublime mistério. O sepulcro de Cristo
estava, de fato, vazio e é preciso ter os ouvidos e o coração abertos
para deixar a fé entrar e crescer. Cumpre crer em plenitude todas as
grandezas da Ressurreição do Mestre divino. Jesus havia falado de sua
ressurreição, mas os discípulos não haviam ainda captado a plenitude
desta mensagem sublime. Daí a decepção ante o túmulo vazio! É certo
que havia já ocorrido a ressurreição de Lázaro, mas Lázaro devia
morrer um dia. Jesus, contudo, ressuscitará e não mais seria tomado
pela morte e nem sofreria doravante tormentos humanos. É preciso,
portanto, refletir o que realmente significa para nós a Ressurreição
de Jesus e sabermos se nós vivemos ressuscitados com Ele. Assim sendo,
a solenidade da Páscoa deve levar a todos a profundas inquisições,
para que o mistério da Ressurreição de Jesus seja vivido plenamente,
dado que esta Ressurreição está no coração da fé do cristão. Como o
afirma são Paulo, “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e
também é vã a vossa fé “( ! Cor 15,14). O túmulo vazio preludiou a
verdade basilar da fé cristã e o fundamento da Igreja. Aqueles que
depararam com o túmulo vazio chegaram a esta fé pascal apesar de não
terem assistido ao fato mesmo da Ressurreição de Jesus, mas cuja fé
pôde qualificar um acontecimento real e histórico. A crença pascal
pôde nascer no coração dos Apóstolos que se tinham dispersados no
momento da crucifixão. Depois, as aparições de Jesus confirmariam a
fé que começou diante do túmulo vazio.
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.