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Crise Política e Rearticulação Ética

Crise Política e Rearticulação Ética

Hoje o Brasil vive profunda crise política, econômica, social e ética. A corrupção generalizada contaminou políticos, partidos, empresários, instituições. Precisamos de gestão política e econômica marcada pela ética e na perspectiva do bem comum, sem confundir o público e o privado, com a primazia do interesse público e atenção prioritária aos mais pobres e sofridos. Trata-se de exigência básica da justiça, reforçada pelo espírito cristão da misericórdia, que acrescenta a solidariedade gratuita movida pelo amor.

Vivemos um momento de crise ou de rearticulação da ética. No mundo pós-moderno temos o homem “light” nos relacionamentos, na vivência da sexualidade, na religião, na política, na cultura, etc. Há fragmentação e superficialidade. O homem “ligtht” é bem instruído, mas sem formação humanista, pragmático e superficial, é incapaz de síntese e carece de substância e conteúdo. Torna-se insensível ao social e cultiva os pseudo-valores do subjetivismo, individualismo, espontaneidade e liberdade descompromissada.

O papel da educação é fundamental para essa rearticulação ética e passa pela família, pela religião, pela escola, pela utilização dos meios de comunicação social, enfim por uma nova práxis pessoal, comunitária e social. A educação deve ser para a liberdade autêntica. A liberdade é dom e conquista, não é apenas liberdade de arbítrio, mas autodeterminação na direção do bem, supõe a concepção teleológica do finalismo do bem, do sentido da existência.

A ética precisa de um fundamento transcendente: uma análise da realidade que prescinda de Deus está fadada ao fracasso (já dizia o Papa Bento XVI). Devemos fazer uma distinção entre Estado laico e Estado ateu. O Estado deve ser laico no sentido de não ter uma religião oficial e defender a liberdade religiosa. Mas o Estado não deve ser ateu, não deve combater ou prescindir da religião. Precisamos de uma metafísica do amor (esta é a lógica da vida: dom e gratuidade). Precisamos da práxis cristã: não bastam análises sócio-políticas, o mundo se edifica com amor gratuito, tem necessidade da misericórdia (conforme ensina o Papa Francisco). O conceito cristão de encarnação significa assumir o outro. A economia também precisa de gratuidade e solidariedade.

Jesus Cristo é o protótipo do ser humano. Ele é a revelação do rosto de Deus e também de quem somos nós, criados à imagem e semelhança de Deus e chamados a sermos filhos de Deus na configuração ao Filho de Deus que se encarnou. Quem segue Jesus, cresce em humanidade.

A Igreja está comprometida com a edificação do Reino de Deus, que por graça divina começa na história e será pleno na eternidade. Continuaremos a lutar pela justiça e a paz, por políticas públicas voltadas para os mais pobres e marginalizados, pelo cuidado com a nossa casa comum na perspectiva da ecologia integral defendida pelo Papa Francisco e de acordo com o Projeto Arquidiocesano de Evangelização em sintonia com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), postulando a humanidade nova da civilização do amor.

Cônego Lauro Sérgio Versiani Barbosa

Vigário Episcopal da Região Pastoral Mariana Leste

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