DOMINGOS DE RAMOS E DA PAIXÃO DE JESUS

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O domingo de Ramos e da Paixão do Senhor marca hoje o começo da Grande
Semana, a Semana Santa, durante a qual serão revividos em detalhes
derradeiros dias da vida do divino Redentor. Deve reter nossa atenção
o abandono total de Jesus à vontade de seu Pai que o faz carregar os
pecados do mundo. Cumpre fixar as palavras de Blaise Pascal: “Eu
pensei em ti em minha agonia”. Toda a liturgia desta Semana, se bem
vivida, leva, em consequência, a uma maravilhosa transformação da vida
espiritual do cristão. É que os últimos momentos da vida do divino
Salvador se desenrolam à luz da sua gloriosa Ressurreição a ser
comemorada no próximo domingo de Páscoa. Isto porque a vida de
Cristo não conduzem a um nada. Sua entrega incondicional aos planos
divinos da redenção humana O levará à exaltação de Páscoa quando a
manifestação de seu poder, deve envolver a quantos O reconhecem como
seu Senhor e Salvador não a sentimentos pueris, mas a uma dileção
profunda, traduzida em atitudes concretas. Eis por que é preciso
entrar na Semana Santa com uma fé profunda e não menor humildade,
inspirados pelo Espírito Santo e, deste modo, impregnados pelas luzes
celestiais nos envolveremos nos dons especiais destes dias benditos. A
liturgia oferece momentos pessoais de profícua meditação, poia Jesus
se nos apresentará como o servidor por excelência. Como Ele mesmo
advertiu, “não é aquele que diz Senhor, Senhor que entrará no reino
que Ele nos oferece com seus sofrimentos, mas aquele que faz em tudo a
vontade do Pai. Ele que é a Palavra de Deus ele se fez carne e habitou
entre nós se cala ante os gritos de seus inimigos. Não revida aos
ultrajes de seus opressores, ante aqueles que o tratam como um
escravo. A humilhação da Paixão o tornou a inda mais próximo de todos
os infelizes e sofredores. Pensemos então, nestes dias também naqueles
que estão reduzidos à miséria, nos abandonados a sua triste sorte,
naqueles que fielmente inclusive testemunham sua fé até o martírio.
Sobre a cruz, braços estendidos, Jesus abraçou todos os humilhados da
terra. Os cristãos sempre reconheceram Jesus como um mártir, um
testemunho do amor de Deus mais forte do que a morte. Desfigurado
pelas violências dos homens, fora já transfigurado pelo Pai, Ele foi
elevado na glória. Doravante toda língua pode e é preciso proclamar:
“Jesus Cristo é o Senhor para glória de Deus Pai”. A Semana Santa nos
faz assim entrar nas horas sombrias e trevosas da Paixão e nos
conduzirá para a luminosidade da gloriosa vitória de Jesus sobre a
morte e o pecado. Foi terrível a atitude de Judas, “um dos doze”, que
desiludido sem dúvida pela figura paradoxal do Messias, por não o ter
bem compreendido, entregou o Mestre nas mãos de seus inimigos.
Notemos, porém, que Jesus não era um rabi ordinário: Ele foi vendida
pelo preço de escravo, uma quantia irrisória, eles pesaram seu
salário, a saber trinta ciclos de prata. São Mateus, contudo, nos
leva a considerar a ternura e a vulnerabilidade de Deus em Jesus. Este
declara a seu povo: Não temas eu te libertei, eu sou teu salvador.
Tu contas muito aos meus olhos (Si 43,1-3). Este Deus ei-lo
desprezado, reduzido à impotência por esta ruptura da Aliança, sempre
ferido pela ingratidão, sempre, porém, também envolvo na ternura e no
amor louco de dileção por nós. Cumpre fixar estas realidades marcantes
nesta semana singular e lembrar-nos sobretudo que Jesus é uma passagem
para o Pai, fazendo-se, realmente o caminho, a verdade rumo às
verdades eternas. A Semana Santa nos deve levar, deste modo, ao
crescimento de nossa gratidão a Jesus nos mantendo unidos Àquele que
tanto nos amou, seguindo fielmente todos os seus ensinamentos. Judas
pensou esconder seu crime diante da presença onisciente de um Deus que
conhece o íntimo dos corações, mas em vão. Entretanto, Deus antes de
se tornar nosso juiz inexorável é nosso Pai e leva sempre sua
misericórdia e seu perdão até o fim. O Coração de Jesus se encheu de
dor não porque Ele foi traído, mas sobretudo porque um de seus
apóstolos se afastava definitivamente dele por um vil dinheiro. Assim
a Semana Santa nos deve conduzir a uma revisão se nossa condição de
remidos por um sangue preciosíssimo. Assim sendo, se evitará uma
simples reconstituição histórica artificial dos momentos tocantes da
vida de Cristo. É preciso nestes dias, mais do que nunca, colocar em
prática o conselho de São Paulo aos Filipenses: “Tende em vós os
sentimentos que foram aqueles de Cristo Jesus”, ou seja, trata-se de
nos deixar habitar pelo Espírito de Cristo, colocando nossos passos
nos passos do Redentor. Abordar estas etapas com as disposições do
Mestre divino que operou uma obra formidável pela humanidade, uma
redenção a ser vivida em plenitude. Professor no Seminário de
Mariana durante 40 anos.

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