Claro o alerta de Jesus:” Estai preparados porque na hora em que menos
pensais o Filho do homem chega “(Lc 12,32-48). Um dia Ele voltará e
exigirá de cada um as mais estritas contas de todas as coisas e
retribuirá proporcionadamente à correspondência individual aos dons e
às graças que Ele lhe concedeu. Esta verdade exige de nós um sério
exame de como temos correspondido aos favores divinos neste nosso
caminhar terreno. Na verdade, cada um de nós tem já tudo o que é
necessário para viver plenamente unidos a Deus. Cada um de nós sabe
plenamente o que Ele quer de nós, que Ele vive conosco e em nós e que,
através de nós, Ele prossegue sua obra no mundo. Nós temos os
sacramentos da fé que prolongam até nós os gestos salvíficos de Jesus
salvador e sempre nos reunimos para receber Cristo, Pão de Deus. Jesus
está invisivelmente entre nós e, no entanto, Ele nos diz e rediz que
Ele voltará. Ele, de fato, voltará não para demolir o que tivermos
construído com Ele e por Ele, mas para tudo remodelar à sua maneira, à
maneira de Deus. Ele virá novamente para inaugurar “os céus novos e a
terra nova” Ele virá colocar o selo de Deus sobre toda a obra do homem
realizada com amor. Falou claramente: “A todo a quem muito foi dado,
muito será exigido e àquele a quem muito de entregou, mais ainda se
pedirá”. Nós não sabemos quando e menos ainda como, mas o certo é que
Ele voltará e o cristão deve viver como quem está a sua espera. Há
entretanto maneiras de O aguardar: vivendo piedosamente ou de um modo
relaxado, agindo ativamente como um verdadeiro seguidor do Evangelho
ou pactuando, muitas vezes, com os desígnios mundanos. Eis por que
Jesus preconiza a vigilância, dado que não sabemos nem o dia nem a
hora em que Ele voltará. O essencial é que à chegada dele cada um
esteja luminoso pelas boas obras, como servos fiéis, seus bons
seguidores em tudo e por tudo, dando frutos para a vida eterna. Pouco
importa a lugar onde a Providência divina nos colocou para dar frutos.
O importante é que Ele nos encontre como seus verdadeiros discípulos e
não como aqueles que vivem superficialmente a sua fé. Ai daqueles que
tenham perdido o gosto de viver a vida cristã e perdido o sentido que
o amor às coisas espirituais exigem de uma verdadeira fraternidade
para com todos que professam a mesma fé ou pouco fazendo para ajudar
os outros a crescerem na prática das virtudes. Ao voltar Ele deve nos
encontrar a postos seja a que hora for, prontos porém para O acolher.
Então a medida de nossa fidelidade será a medida de nossa felicidade
para poder comer o repasso servido pelo próprio Cristo: Ele passará e
Ele servirá os servos bons e fiéis. Donde ser necessário esperar com
sabedoria a visita do Senhor. Infelizes os que vivem na ilusão de
poder realizar por si mesmos sua própria vida e alcançar por si mesmos
o caminho das pessoas que o cercam. Como cristãos devemos estar
preparados reconhecendo os sinais que Deus não cessa de nos oferecer
através dos diversos acontecimentos de nosso caminhar terrestre. Fazer
tudo do melhor modo possível é, sem dúvida, a melhor maneira de
aguardar a volta de Deus, da qual não sabemos nem o dia nem a hora.
Cada um correspondendo o mais fielmente possível de acordo com os dons
recebidos, trabalhando sempre para a glória de Deus e bem das almas do
próximo, daqueles que Deus nos confiou. Nem sempre se reflete sobre a
responsabilidade de fazer multiplicar as luzes divinas através das
boas obras num esforço permanente, mas tudo isto numa imensa confiança
nas graças divinas. É preciso estar ininterruptamente no serviço de
Jesus e trabalhar segundo sua palavra, seu desejo que é a salvação de
quantos estejam em nosso derredor. Cumpre então ser testemunha do amor
do divino Redentor, sendo fiel em nosso caminhar de todos os dias. É
preciso estar continuamente consciente de que é mister praticar tudo
que Jesus ensinou. Ele sempre se mostrou o servidor de todos e quer
todos seus seguidores no serviço aos outros. Nada de viver assentado
em um confortável sofá e de se contentar em dizer “Jesus te ama”. É
necessário agir demonstrando em nossos atos como Jesus, realmente,
ama. Isto significa estar com as lâmpadas acessar como aquele que
espera o retorno de seu Senhor para Lhe abrir a porta no momento de
seu retorno.
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.