Maria, cheia de graça

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Neste quarto domingo do Advento é recordado o grande mistério do
anúncio do nascimento de Jesus (Lc 126-38). Esta verdade ficou em
silêncio até então e, segundo o relato de São Lucas, foi nesta ocasião
solenemente manifestado. A obra da salvação do mundo desejada por Deus
ia se realizar através de um intercâmbio entre o céu e a terra onde se
achava uma santa jovem judia, chamada Maria. Esta foi saudada pelo
Arcanjo Gabriel como a “cheia de graça”. Admirável iniciativa do
Criador, mas este, na sua delicadeza infinita, desejou o consentimento
daquela que fora predestinada a ser a progenitora do Redentor. A
sublime escolha se tornou assim conhecida através de um mensageiro
para tal designado. Dada a anuência de Maria, ela se torna objeto de
especial misericórdia do Todo-poderoso. Realiza-se a promessa feita um
dia a Davi através do profeta Natã no célebre vaticínio messiânico.
Cumulando Maria de graças, o Ser Supremo preparou uma morada digna
para si. Quer o Anjo, quer Maria, ficaram maravilhados perante este
acontecimento. Gabriel deslumbrado com a beleza daquela que era a
escolhida entre todas as mulheres. Maria, por seu turno, enlevada pelo
fato de ter sido elegida para tão sublime missão de ser a Mãe do
Salvador. Comovida, ela reflete, mas não é precipitada e pede
explicação ao Anjo de como isto se daria. Aquele era um instante de
respeitoso temor ante os insondáveis desígnios divinos e, ao mesmo
tempo, de fascínio ante os planos da eterna Sabedoria. Aí está a razão
pela qual o mensageiro do céu explica que tudo seria obra do Espírito
Santo e que para Deus nada é impossível. Fulge então a adesão
confiante e humilde daquela que sempre esteve unida a Deus: “Eis aqui
a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. A promessa
anterior de casamento dada a José em nada era infligida, mas serviria
para guardar o segredo do projeto salvífico de Deus até o ulterior
esclarecimento dado por Deus a José que seria o pai de Jesus perante a
Lei. Como registrou São Mateus, «eis que o Anjo do Senhor
manifestou-se a ele em um sonho, dizendo: “José, filho de Davi, não
temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do
Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de
Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados”. José, ao
despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e
recebeu em sua casa sua mulher», Por sua parte Maria, aderindo à obra
de Cristo, oferecia também exemplos extraordinários de colaboração aos
intentos do Ser Supremo a cuja vontade deve em tudo estar submisso o
ser humano, que precisa estar sempre atento às inspirações celestiais.
Muitas vezes se considera Maria como uma mulher fora do comum. Mas ela
era sobretudo alguém que estava engajado no serviço de Deus, a Ele
ininterruptamente obediente numa liberdade responsável, entrega sem
limites. Nela se deve contemplar ainda sua simplicidade e uma
confiança admirável, numa oferta pessoal de si mesma sem reservas,
total disponibilidade para seguir as determinações do Onipotente. Como
Maria, quem tem fé diz simplesmente a Ele:” Eis-me aqui, Senhor!”.
Embora enorme seja a diferença entre a grandeza espiritual da Mãe de
Jesus e cada um dos cristãos, reflexos da elevação daquela que é
também a mãe dos discípulos do Redentor devem fulgir constantemente na
existência de quem se diz seguidor de Cristo. Próximos do Natal esta
reflexão sobre a Anunciação de Maria solicita muita atenção,
interpelando para que se faça um exame de como tem sido a preparação
para a magna comemoração do dia 25 próximo. Jesus mostrar-se-á
verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Cumpre agradecer muito a
Deus que revelou verdade tão extraordinária. Estupefatos pelo enorme
amor do Todo-poderoso Senhor é preciso corresponder a tanta
generosidade. Trata-se também de receber com gratidão o perdão que o
divino Redentor trás do céu à terra, se imergindo na esperança da
conquista da felicidade eterna Ressoa forte o apelo de se levar por
toda parte a paz e cultivar um absoluto desapego ao que é transitório
neste mundo. É o já viver nesta terra instantes da eternidade, mesmo
porque o cristão deve sempre se sentir um bem-amado do Pai. Por tudo
isto necessário de faz viver sob a égide de Maria, a cheia de graças
que garante a vivência de tão excelsas realidades. Professor no
Seminário de Mariana durante 40 anos.

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