Neste mês de fevereiro, o Papa Francisco faz um apelo a todos nós para que, assim como Deus nos acolhe com um amor gratuito (ágape), acolhamos também todos aqueles que são marginalizados, pobres e prófugos, cuidando deles para que não sejam excluídos: “Peçam comigo por todos os que vivem em provação, […] para que encontrem acolhimento e conforto nas nossas comunidades”.
De fato, percebemos em nossas cidades grande número de pessoas que ainda vivem à margem, isto é, separados do restante da sociedade e condicionados a uma situação muito inferior aos demais. Por isso, o Sumo Pontífice, nos convoca: “não os abandonem”. Esses também são partes integrantes de nós e merecem devida atenção, respeito e cuidado.
Essa preocupação do Papa surge em um momento em que, grande parte das nações, inclusive o nosso país, passam por uma crise econômica. Crise esta que pode deixar vários “sem trabalho, sem horizontes, sem saídas”, podendo ainda desembocar na atividade criminosa. Nesse sentido, ele nos convida a orar e agir para que tal situação não venha a acontecer e excluir os nossos irmãos.
Devemos, com criatividade pastoral, cobrar daqueles que podem nos ajudar e que “têm a responsabilidade de elaborar e aprovar as políticas que afetam os nossos povos, que o façam a partir de uma perspectiva ética, solidária e autenticamente humanista” (DAp 403). Em outro momento o Papa Francisco ressalta que os pobres e marginalizados devem ser “o elemento essencial de cada decisão política” que proporciona uma “melhora real nas condições de vida das famílias mais pobres e a redução de todas as formas de desigualdade inaceitável”, assim como “o trabalho decente para todos”.
Essa é uma tarefa que todos nós devemos nos engajar: lutar contra todo tipo de situação que ocasiona a exclusão e marginalização das pessoas humanas. No entanto, não podemos nos esquecer de uma pobreza que vem assolando muitos de nós e nos marginalizando: “a de não reconhecer a presença do mistério de Deus e de seu amor na vida do homem, amor que é o único que verdadeiramente salva e liberta” (DAp 405). Muitos dos sistemas que não reconhecem essa realidade estão fracassando.
Portanto, cristãos, sigamos esta orientação do Papa, orientação que, na verdade é evangélica, vem de Jesus: “tudo quanto vocês fizeram a um destes meus irmãos menores, o fizeram a mim” (Mt 25, 40). Sigamos para que o Reino da Justiça e da Paz, sem exclusões e desigualdade, seja compartilhado por todos nós.