Desejar simplesmente um “Feliz Natal” pode até ser uma benéfica expressão, porém a concretização de tal voto exige abrir as portas a Cristo, nosso Salvador. Ele veio para nos salvar. É preciso identificá-Lo como Salvador; experimentar Sua misericórdia, Sua salvação. Se não nos convertermos a Ele como o nosso Divino Salvador, não estaremos em sintonia com o Mistério de Sua Encarnação.
A História da Salvação tem seu ponto mais alto e seu significado supremo em Jesus Cristo. N’Ele, todos nós recebemos “graça sobre graça” (Jo 1,16), conseguindo ser reconciliados com o Pai (Rm 5,10; 2Cor 5,18). Daí nasce nosso cântico de louvor e agradecimento: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que, do alto dos Céus, nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo” (Ef. 1,3s).
Não adianta festejar a alegria do Senhor que vem até nós, se estivermos com o coração fechado na acomodação, no preconceito, na arrogância, como se fôssemos donos da verdade, incapazes de dialogar, aprender, perdoar e pedir perdão. Somos convidados a nos abrir ao diálogo com o diferente.
Natal é solidariedade divina inspiradora de solidariedade humana. Formado por imensa maioria cristã, o Brasil traz consigo o grave dever de vencer o vírus da corrupção e realizar a justiça social. O verdadeiro sentido do Natal é este: “Construirão casas e nelas habitarão, plantarão vinhas e comerão seus frutos… Ninguém trabalhará inutilmente, ninguém gerará filhos para morrerem antes do tempo, porque todos serão a descendência dos abençoados de Javé, juntamente com seus filhos. Antes que me invoquem, eu responderei; quando começarem a falar, eu já estarei atendendo. O lobo e o cordeiro pastarão juntos, o leão comerá capim junto com o boi, o alimento da serpente será o pó da terra. Nenhum mal nem desordem alguma será cometida, em todo o meu monte santo, diz o Senhor”. (Is 65, 21-25).
Abramos de par em par as portas de nosso coração. Por elas entrarão os raios luminosos do Sol da Salvação: o “Conselheiro Maravilhoso”, “Deus Forte”, “Pai para sempre”, o “Príncipe da Paz”, (Is 9, 1- 6).
O Natal é a festa do mistério da encarnação do Verbo Divino. Afinal, o Senhor vem ao encontro da humanidade inteira. “Glória a Deus nos céus e paz na terra aos homens de boa vontade”, proclamam os anjos e santos.
Para preencher de sentido pleno o vazio protagonizado pelo secularismo que se ilude pensando ser possível excluir Deus da sociedade, surge o Natal. A Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, que aceitou inserir-se na história da humanidade, restaura a alegria em toda a obra da criação.
Padre Paulo Dionê Quintão – Pároco