Novos Horizontes

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As estradas de Minas Gerais proporcionam, aos que por aqui viajam, ricos horizontes. Os começos do segundo semestre, por exemplo, abrem suas cortinas e apresentam o desfile dos ipês que sabem florir, enchendo de cor a paisagem ressequida. De tímidos tons, aos poucos resplandecem o amarelo, o roxo e tudo ganha um ar de esperança. As cores parecem até mais vivas em meio às demais plantas atingidas pela saudade das chuvas.

Olhando os vales e montanhas, nossa imaginação nos conduz aos que povoam tudo isso. Somos mesmo agraciados pelos encantos da obra da criação. Ele viu que tudo era bom e colocou toda a obra da criação para servir o ser humano, criado à sua imagem e semelhança (Gn 1,1-28).

Criados à imagem e semelhança do Criador, participamos da sequência de sua obra… Parecidos com os demais seres, gerados pelo amor, geramos vida nova.

Deslizando os olhos, percorremos distâncias. As colinas detêm nosso olhar, mas não nos impedem o conhecimento de que para além delas podem ser descortinados novos vales, montes e serras. Muitas vezes o que parece nos deter é, na verdade, apenas o que nos vai fazer recomeçar. De fato, nem a dor, o sofrimento, nem mesmo a morte podem nos derrotar. Quando tudo pudesse ser considerado perdido, aí está a possibilidade de novas descobertas. No Evangelho, Jesus afirma que ganha a vida plena quem estiver disposto a doá-la. O perde-ganha dos que sabem que do topo da colina de uma intensa provação pode-se dar o salto seguro para os braços da fé. Às vezes, pensamos intransponível a montanha. Certamente a alma não depende de pernas para o grande salto. Basta-lhe confiar nas provas deixadas por Quem já conhece não só os campos, mas tudo que vai além deles.

Rapidamente os olhos se esbarraram com outros horizontes. Aqui o que se destaca é a luz. Não mais do sol que banhava a vastidão daquelas montanhas, mas a luz que eu vi no fundo dos olhos da criança desamparada. Olhos tristes e alegres ao mesmo tempo. Pareceu-me que a inocência estava vencendo as cicatrizes e atuais feridas nos vales e colinas daquele percurso. Fiquei perplexo com o descompasso daquela existência: Na hora da alegria, era tanta! Talvez quisesse tirar o atraso. Mas, meu Deus, na hora do choro, era tão sofrido! Parecia arrancar um pedaço da alma do pequeno e da minha também…

A natureza em seu esplendor me fez pensar em Deus, nosso Pai Criador. No Centro de Convivência da Criança e do Menor, o pequeno frágil me fez pensar em Jesus, o Filho de Deus que veio salvar a todos. Imaginei a figura do Bom Pastor, tomando sobre seu ombro, aconchegando ao seu coração aquela pequena e querida ovelha. Da porta do Santuário, a cidade movimentada me mostrou que as pessoas têm pressa, mais de resolver seus problemas, do que propriamente de chegar ao destino a que conduz seus afazeres. Penso no Espírito Santo, o DOCE HÓSPEDE DA NOSSA VIDA. Tenho agora pressa também. Quero compartilhar com todos que o Espírito Santo de Deus foi derramado em nossos corações. Ele é a luz e a força que nos asseguram: para além dos montes, novos campos e horizontes se nos abrem.


Padre Paulo Dionê Quintão – Pároco

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