O envio missionário dos Apóstolos

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São Marcos mostrou como Jesus ofereceu uma sublime missão aos doze

Apóstolos (Mc 6,7-13). Dois a dois pela primeira vez os envia como
evangelizadores. É Cristo, o divino missionário que chama cada um dos
cristãos e lhe confia um grande ministério. Isto fica também claro no
evangelho de São João: onde lemos que Jesus dirá a seus discípulos:
“Não fostes vós que escolhestes a mim, fui eu que vos escolhi a vós e
vos constitui, para que vades e produzais fruto…” (Jo 15,16) Isto é
maravilhoso, mas significa uma grande responsabilidade de se saber
comissionado pelo Filho de Deus na difusão de seu reino nesta terra.
Uma certeza, porém, tem o cristão, a saber, que ele não está sozinho,
mas que Jesus está com ele e nele, É Ele que se está a anunciar e isto
ocorre por meio da ação e das palavras de seus seguidores. Eis porque
Ele prescreveu que não se levasse nada, a não um simples cajado, nem
pão, nem alforje, nem dinheiro no cinto Esta pobreza do apóstolo não
somente pobreza material, mostra bem que ele leva um tesouro em vasos
frágeis. Isto significa que não se deve pretender tocar o coração das
pessoa através de talentos pessoais, ou qualquer artifício literário,
mas unicamente contando com a graça de Deus. Cumpre ser sempre um
instrumento humilde nas mãos divinas e maravilhas de conversão se
darão sempre no campo do apostolado. Quando alguém percebe que é fraco
é que se torna forte e rico do poder divino. Foi com esta humildade
que os apóstolos expulsavam muitos demônios e curavam com unções
inúmeros doentes. Viam assim o fruto de sua missão bem executada. Por
vezes Deus não torna visível o que Ele opera nos corações, mas o
apóstolo não desanima, pois tem certeza de que no momento oportuno
virão os frutos daquilo que se plantou. Nem sempre a palavra de Deus é
acolhida, mas só o fato de se ter pregado em nome do Senhor é um
testemunho que poderá um dia germinar. A verdade é que todos os atos
corretos do cristão retêm uma mensagem de vida eterna. Cumpre ao
batizado fazer um ato de total abandono aos desígnios divinos para que
Deus possa tocar os corações através de um testemunho de vida
verdadeiramente salutífero. Portanto, o itinerário do seguidor de
Cristo se dá numa pedagogia celestial, esteja ou não consciente disso
quem procura tudo realizar para glória de Deus e bem das almas. Por
vezes a confrontação com as forças do mal pode se tornar uma luta
terrível, mas a perseverança do cristão expulsa demônios que querem
infestar a seara do Senhor. Adversidades surgem para serem vencidas,
seja aonde for. Assim sendo, para proclamar as grandezas do reino de
Jesus, antes de tudo e sobretudo, é preciso o desapego dos bens
terrenos para incutir nos outros o amor às riquezas celestiais.
Trata-se de um minimalismo que leva a simplificar a vida, eliminando
os excessos e mantendo apenas o que é essencial. Um salutar desejo de
saber viver com menos, numa liberação até do espaço físico. Quando
Jesus instruiu os doze primeiros missionários recomendando-lhes a
levar poucas coisas consigo Ele pregava o combate à cultura consumista
tão acentuada em nossos dias, quando a mídia lança a ideia de que uma
vida boa é uma vida cheia de coisas supérfluas. Quando o apóstolo tem
menos coisas, segundo o Mestre divino, ele tem mais liberdade para
pregar o evangelho. Com menos coisas acumuladas à sua volta o dia a
dia do comunicador da Boa Nova pode estender sua comunicação por abrir
assim espaços para as mensagens de Jesus. O desapego das coisas
materiais mostra que para o evangelizador as pessoas são mais
preciosas que as coisas e o essencial é viver em função das realidades
perenes que levam a uma vida eterna feliz junto de Deus. Menos coisas
e mais energia vital, eis o que é importante Jesus enviou os apóstolos
dois a dois mostrando assim também que o apostolado deve ser feito
comunitariamente numa alteridade salutar no anúncio da Boa Nova,
tendo, como foi dito, fecundidade não no apoio meramente material, ou
seja, nem pão, nem alforre, nem dinheiro, criando assim um espaço
Àquele que tudo pode na medida da fé do pregador. É assim, sem dúvida,
que se proclama que um Outro é que trabalha no apóstolo, nele e por
ele. Este apóstolo abre então grandes espaços para Cristo, tomado como
Mestre e Amigo. Este humilde servidor do Evangelho tem no reino de
Deus o mais belo lugar, porque servir a Deus torna o homem livre como
Ele. Lembremos- nos, finalmente, que Jesus enviou seus apóstolos em
número de 12, número altamente simbólico que representa uma totalidade
e uma universalidade. De fato os batizados são enviados de Deus que
deseja agir através deles e, por isto, Jesus acentuou a importância da
simplicidade dos meios necessários à evangelização a ser vivida em
comunidade com o objetivo de fazer crescer o Reino de Deus nesta
terra. Se somos cristãos temos o mundo em nossas mãos Professor no
Seminário de Mariana durante 40 anos.

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