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OS DEZ LEPROSOS

No tempo de Jesus na Palestina ser leproso era ainda a mais do que
hoje ser condenado a viver à margem da comunidade humana. A legislação
do Levítico deixava claro: “O enfermo atacado pela lepra trajará
vestes rasgadas, andará de cabeça descoberta […] e gritará: Impuro,
Impuro! Enquanto durar o seu mal, ele morará à parte: sua residência
será fora do acampamento” (Lev 13,45). É à entrada de uma povoação que
Jesus escuta que lhe clamavam: “Jesus, Mestre, tem piedade de nós!”
Dez leprosos estão lá, tomados pela miséria desta doença, mas
decididos a ter ima chance de cura para suas vidas, a última chance,
pois que eram rejeitados pelos homens. Eles se punham à distância,
como era o costume, por temor, talvez, de se aproximar de Jesus e
nunca a distância lhes parecia tão dura de suportar. É assim que
tantas vezes os homens, na sua relação com Jesus, com Ele se
comportam. Muitos creem que a lepra corporal e espiritual os torna
indignos do amor do Pai e que ela não merecerá a ternura e o desvelo
de Jesus. Vários são os que têm medo do Mestre divino por causa de
suas misérias do corpo e da alma. Julgam que Deus não os ama assim
como são. Pode haver o temor de se aproximar do Senhor tal como se é e
pode haver o medo de crer que Deus não os ama assim como são em sua
pequenez e desgraça. Ele não ama a lepra espiritual, mas ama todo o
ser leproso e não há lugar no coração de Deus nem para rejeitar, nem
para se desgostar de sua pobre criatura. Bem se recita no salmo: “Um
coração contrito e humilhado, Senhor, tu não rejeitarás nunca” (Sl
51,19). É falso julgar que Cristo se mantêm a uma distância do pobre
pecador, quando este sente o peso de sua solidão, de sua precariedade
e quando o ser humano percebe a ausência de todo socorro humano. Jesus
não despreza nunca quem a Ele vai com confiança. Ele se compadeceu dos
leprosos que se sentiam tão menosprezados e pouco receptivos pelos
circunstantes. Note-se que Jesus não lhes diz: “Aproximai-vos,
aproximai-vos, pois eu v ou os curar”, mas fala com suma doçura: “Ide
vos mostrar aos sacerdotes!”. Com efeito de acordo com a Lei cabia aos
sacerdotes fazer constar oficialmente a cura depois do oferecimento de
diversos sacrifícios da parte de quem fora curado e isto medida de
suas possibilidades financeiras. Tal a ordem dada por Cristo àqueles
leprosos; “Ide para que fique constatado o fato da cura”! Jesus lhes
pede um ato de fé total. Deviam pôr-se a caminho para a verificação da
cura, quando ainda a lepra estava ainda lá sob seus olhos, e lhes
tocava a carne. Diante da palavra de Cristo eles partiram. Pouco
depois se dá a cura súbita, completa, total, para os dez ao mesmo
tempo. Os dez tinham, acreditado, mas um só se mostrou agradecido. Na
verdade, o mais pobre, o mais desprezível de todos, o único samaritano
daquele grupo de infelizes leprosos. Os nove receberam o presente de
Cristo e isto lhes pareceu algo normal. A bondade divina e não os
havia tirado de seu egoísmo. Receberam o benefício, mas não captaram a
grandeza do gesto do benfeitor. Eles não compreenderam que por meio
desta cura Jesus lhes transmitia uma sublime mensagem, ou seja, que
Deus os curava e merecia louvor, agradecimento. O samaritano voltou
repleto de júbilo, proclamando louvores ao grande Benfeitor. Tomara
consciência de que Cristo o amava. A ponto de o curar de uma maneira
tão extraordinária. Voltou imerso em grande júbilo, não cessando de
agradecer o benfeitor. Prostrou-se ante ele com seu corpo curado, com
seu coração inundado de alegria, proferindo um agradecimento que muito
o dignificava. Belíssima lição! Examinemos então se temos sido
sempre agradecidos a Deus por todos os seus favores, todas as suas
graças. É toda nossa vida que deve ser uma resposta de amor às
generosidades divinas. Deus nunca se impões, mas Ele se propõe à
confiança de cada um manifestando sempre sua misericórdia, Lá onde
imperam as situações de precariedade e de sofrimentos há sempre
ocasião da multiplicação das graças do Todo Poderoso Senhor. A bondade
divina deve, além disto, nos levar a ter compaixão de tantos irmãos e
irmãs privados de dignidade e a nos sentir chamados a atender seus
clamores e a lhes levar a grandeza da compaixão de Deus; O verdadeiro
cristão deve ser o canal dos benefícios celestes deste Deus que não
exclui ninguém de suas benemerências. Esta é também a missão do
verdadeiro cristão anunciar por toda parte a clemência divina. Como
bem acentuou o Papa Francisco, a Igreja, esposa de Cristo adota a
atitude do Filho de Deus que vai ao encontro de todos os sofredores.
Sua linguagem e seus gestos transmitem sempre ternura, auxilio
oportuno. Saibamos escutá-lo e imitá-lo! Professor no Seminário de
Mariana durante 40 anos.

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