Patrono dos Enfermos

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Por que a Santa Casa de Viçosa recebeu o nome de Hospital São Sebastião? Uma indagação cuja resposta está respaldada no lugar que o Mártir ocupa no devocionário popular, é claro. Mas, não só. Na verdade, trata-se do fato de que um dos aspectos marcantes da biografia de São Sebastião, que às vezes passa despercebido, é o seu cuidado e a sua assistência para com os enfermos, principalmente os cristãos, vítimas das perseguições por parte do Império de Diocleciano. Com isto, reconhecemos ser este o principal motivo pelo qual a Santa Casa de Viçosa foi denominada Hospital São Sebastião.

Nascido em Milão, na Itália, de uma família cristã, Sebastião correspondeu aos cuidados de que foi rodeado desde a infância, pois cultivou uma vida de verdadeira santidade. Deu prova de fortaleza na fé, quando se mudou para a cidade de Roma, onde havia uma tremenda perseguição aos cristãos. Já naquele tempo sentiu-se atraído pelo desejo de derramar seu sangue pelo nome de Jesus Cristo.

Mesmo sem ser afeito à carreira militar, as circunstâncias foram causa de que se alistasse sob as bandeiras imperiais, vestindo-se das insígnias do uniforme militar.

Corria o ano de 284, época em que dois imperadores, Carino e Diocleciano, dividiam entre si o império romano, o primeiro reinando na Gália e o segundo, em Roma. O imperador Carino tinha colocado Sebastião no número de seus oficiais. Após a morte de Carino, Diocleciano o conservou no mesmo posto, reconhecendo bem depressa suas belas qualidades de coração e de espírito. Por isso, lhe aumentou as honras, dando-lhe o comando da primeira corte das guardas pretorianas, encarregadas de vigiar ao redor do palácio. Gozando de grande favor junto a Diocleciano, as portas do palácio estavam sempre abertas a Sebastião.

Infelizmente, o palácio era palco de imoralidades e crimes. Naquela corte, onde grassavam tantos vícios, Sebastião passou a maior parte de sua vida sem jamais se afastar do caminho da verdadeira santidade. Era a um tempo militar intrépido e servo fiel de seu imperador, e discípulo obediente e fervoroso de Cristo.

Durante sua permanência na corte, no desempenho de seu ofício de comandante das guardas imperiais, cuidava atentamente em ocultar de Diocleciano a religião que praticava. Não por receio do martírio, mas para prestar serviços à comunidade cristã, socorrendo os irmãos perseguidos. Andava, pois, de casa em casa, sustentando na luta os fiéis, dando-lhes toda a assistência para ajudá-los na perseverança. Um verdadeiro missionário da caridade visitando os enfermos e auxiliando-os em seus padecimentos do corpo e da alma.

Mas, traído por alguém que abandonara a fé cristã, Sebastião foi conduzido à presença do imperador. Diante da reprovação de Diocleciano sua resposta é respeitosa, porém, clara e decisiva: “Tenho orado a Jesus Cristo por vós e pela conservação do Império, e sempre adorei o verdadeiro Deus”. Irritado, sem nenhuma forma de processo, o imperador ordenou que Sebastião fosse amarrado a um poste e atravessado de flechas. Ferido e dado como morto, foi encontrado por Irene, uma mulher cristã, que, juntamente com um grupo de cristãos, quis dar-lhe condigna sepultura, porém notou que ele ainda estava vivo. Com os cuidados que recebeu, conseguiu restabelecer-se. Logo que se sentiu curado, dirigiu-se pessoalmente ao Imperador. Ao vê-lo, Diocleciano, estupefato, pergunta: “És tu realmente aquele Sebastião a quem eu mandei tirar a vida?” – “Sou eu mesmo, responde o santo, e o meu Senhor Jesus Cristo quis que eu vivesse ainda, para que na presença deste povo eu viesse dar um público testemunho da impiedade e da injustiça que cometeis, perseguindo com tanto furor os cristãos, que são os melhores e os mais fiéis cidadãos do Império”. Diocleciano ordena que Sebastião seja conduzido ao circo, e, aí, morto a varadas, a 20 de janeiro do ano 288.

Seu sepulcro, na Via Ápia, junto das Catacumbas, sempre foi venerado pelos fiéis desde a mais remota antiguidade. São muitas as Paróquias, Comunidades, Lares de Idosos e Casas de Saúde, em todas as partes do mundo, que o veneram como seu Padroeiro. Sendo militar, tornou-se Padroeiro também dos soldados. Seu zelo missionário para com os doentes e feridos em sua saúde o consagrou como protetor contra a peste, a fome e a guerra, bem como PATRONO DOS ENFERMOS.


Padre Paulo Dionê Quintão

Pároco de Santa Rita de Cássia em Viçosa

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