REFLEXÕES SOBRE A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO

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Muitas as lições que a Parábola do Filho Prodigo oferece (Lc 15, 1-32)
A maneira como o filho mais velho reagiu à recepção dada por seu pai
ao irmão que havia abandonado o lar e dissipado bens da família fica
bem clara nos dizeres paternos a ele que ficara fiel e não concordava
com a atitude misericordiosa expressa numa peculiar festividade pelo
retorno:” Meu filho tudo que é meu é teu”. Na verdade ele não
chamava aquele que regressava “meu irmão”, mas se referia a ele como
“teu filho” que voltara. Fica claro deste moco que negava a
fraternidade que os ligava, dado que ele estivera sempre a serviços do
pai sem jamais tê-lo desobedecido. Então o pai tenta lhe explicar
que aquele que regressara ao lar não era um estrangeiro, mas seu
irmão, não obstante tudo e o que dele estava recriminando. Procurava
lhe mostrar que perfeita fora e era sua comunhão com seu pai, pois lhe
lembrava “Tudo que é meu é teu”, Meu filho eu sou o teu pai e não
simplesmente o senhor, como sou o pai do teu irmão e não seu juiz.
Neste caso, para se alegrar com a volta do transviado ele devia antes
de tudo reconhece-lo com irmão e firmar ele também uma autêntica
relação filial. Isto não estava acontecendo pois a situação era vista
sob o ângulo do julgamento moral ao analisar atitudes diferentes. O
filho mais velho colocava acima de tudo a importância de sua
obediência e fidelidade e quando via seu irmão rebelde, mas agora
arrependido, o que lhe vinha à mente não era o que lhes era comum, mas
o que os opunha: um que havia abandonado a casa paterna para viver sua
vida a seu bel prazer, o outro que havia ficado sempre fiel a seu pai.
Se a necessidade do perdão, da misericórdia do pai era mais manifesta
para o filho pródigo do que para seu irmão, este último não devia se
esquecer de que ele vivera sempre tranquilo sob a égide paterna.
Belíssimo ensinamento pois todos somos irmãos filhos do mesmo Pai que
está no céu e que felizes são os que sabem usufruir a verdadeira
vida em Cristo Jesus e que devem ter comiseração com os irmãos que
erram e tudo fazer para que voltem à casa paterna. Para isto, porém,
é preciso muita humildade, porque somente Deus é santo, é prefeito e
eis porque quem pode se aproximar do banquete eucarístico por estar em
estado de graça deve humildemente dizer: “Senhor, eu não sou digno de
que entreis em minha alma, mas dizei uma só palavras e serei salvo!”.
O irmão mais velho da Parábola se jactava de ser obediente e até
recrimina o pai por não lhe ter dado algo para festejar com seus
amigos, esquecido inclusive de que estar sempre a serviço do pai já
era algo a ser louvado. A fidelidade a Deus não é um favor, mas uma
felicidade e nem sempre se faz todo que se deveria fazer, pois
inúmeras são as precariedades humanas. Lembrar-se de suas faltas não
para se mortificar, mas para render graças àquele que nos acolhe
sempre e isto é essencial para nossa vida fraterna. A ação de graça é
fundamental para a fraternidade e deve fluir juntamente com o
reconhecimento da própria fraqueza e de um arrependimento das faltas
devidas à miséria humana. Por isto está na oração que Jesus ensinou
“Perdoai nossas ofensas”, prece que até os grandes santos recitaram
inúmeras vezes. Ao olhar misericordioso de Deus todos nós somos iguais
na mesa dos pecadores. Todos os cristãos precisam sempre do perdão e
da graça de Deus. A Ele nos dirigimos no salmo 129: “Se levardes em
conta nossas faltas quem haverá de subsistir?” Todas chamados a
participarem da mesa do pão e do vinho que o Pai celeste não deixa
faltar nunca, mesmo que seja um filho pródigo que sabe voltar aos
braços do pai misericordioso. Notável o modo como o filho que
regressou ao lar se dirigiu a seu pai reconhecendo seu erro, pois a
raiz do pecado se encontra sempre naquele que se deixa levar pelo
espírito de independência, egoísmo e orgulho. Como aconteceu com o
filho pródigo muitos querem fazer o que lhes parecem bom, como bom
lhes parece. Há aqueles que como o filho pródigo se julgam muito
fortes para fazer face à vida e tomam decisões sem ter em conta a
advertência do Pai que está nos céus, deixando de lado a lei divina. O
filho pródigo errou ao se afastar da casa de seu pai, mas acertou
quando, arrependido, regressou e humildemente se retratou. O mesmo
deve fazer todo aquele que inflige a sagrada lei de Deus, voltando à
obediência e fidelidade a seu Pai celeste. Deus, porém é Pai
misericordioso que perdoa os corações arrependidos mesmo que estes
nada tenham a Lhe oferecer, nada exigindo em troca. Façamos sempre
tudo também pelo arrependimento dos que se extraviarem. Professor
no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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