Ir para o conteúdo

SE ALGUÉM ME AMA

Um apelo e uma questão surgem desta declaração de Jesus: “Se alguém me
ama, guardará as minhas palavras, meu Pai o amará e nós viremos a ela
e faremos nele nossa morada” (Jo 14,22-29). Trata-se, de fato, das
consequências maravilhosas que o amor de Cristo produz na vida do
cristão, levando-o, em consequência, a crescer continuamente na
dileção do Mestre divino. Exatamente por isto é preciso um exame
acurado de como se tem usufruído desta presença inefável de Deus, tema
que deve reter a atenção de quem tem fé e deve aumentar continuamente
a sua união com o hóspede divino. Cumpre examinar atentamente o que
temos feito da presença de Deus que nos brinda com sua amizade e como
é que estamos correspondendo às suas sublimes inspirações, indagando
se, de fato, temos feito sempre a sua vontade. Ao júbilo da presença
do Ser Supremo em nós devemos agregar a responsabilidade da
correspondência a este Ser que nos fala e que permanece no íntimo de
cada um que verdadeiramente O ama. Perceber as iniciativas divinas que
através do seguidor de Cristo deseja salvar o mundo, irradiando a paz
que flui de seu maravilhoso amor. Amar Jesus é crer que nele Deus
falou e acolheu tudo que somos e seremos. Nosso amor a Cristo não
deve nunca ser senão uma resposta ao amor que Deus nos transmite em
seu Filho e amor com amor se paga. A ternura imensa de Deus se expande
na existência de quem lhe retribui total dileção. Deste modo, se
torna realidade o que não era para a antiga aliança senão um sonho
impossível. Salomão diz na sua prece: “Mas verdadeiramente habitará
Deus com os homens na terra? Eis que o céu e o céu dos céus não te
podem conter, quanto menos esta casa que te tenho edificado? (1R
8,27). Deus não espera, para se dar a nós, a casa de prece que não
acabamos de construir e, mais ainda, o que nós podemos fazer
pessoalmente ou comunitariamente, na solidão ou em conjunto. O
principal é olhar o que Des quer fazer por nós, em nós e conosco.
Finalmente, o único verdadeiro caminho para a amizade de Cristo é
deixar Deus nos amar tanto quanto Ele quer nos amar e de permitir
esteja livre o caminho para que Ele venha até nós como Ele o quiser e
quando Ele o quiser. Disse Jesus “viremos a ele”, ou seja as três
Pessoas da Trindade Santa habitando a alma em estado de graça. Cumpre
então deixar abertos os caminhos do Espírito na prece e na ação, sob a
forma de coisas jamais vistas, nunca vividas, ou nunca entendidas. O
Paráclito, realmente é para a Igreja o espírito da memória, da
lembrança, da continuidade com Jesus. O que o Espírito nos faz
compreender e viver foi dito por Jesus e para nos ensinar todas as
coisas o Paráclito simplesmente, divinamente, nos rememora todo que
Ele nos transmitiu da parte do Pai. Tudo isto se dá porque Deus vem
habitar naquele que O ama. Entrar na novidade da Trindade é pois, em
continuidade da palavra relevante de Jesus, descobrir progressivamente
seu Nome, sua Pessoa e sua Missão salvadora e nos abrir pouco a pouco
à realidade tal qual Deus a vê nos corações, tal qual Ele, por isto
mesmo, os ama. Para o cristão verdadeiro se dá então um eterno
cotidiano por causa das maravilhas que nele Deus opera. Deus é
simples, simples também deve ser a prece, simples será nosso olhar
purificado pela presença admirável do Senhor que vem a cada um com a
multiplicidade dos dons de sua misericórdia infinita que purifica com
sua inefável presença. Esta nos torna espiritualmente fiéis e
criativos e na verdade criativos porque fieis. Pode-se então atingir o
cume da perfeição, uma vez que Deus, Uno e Trino, entra nesta relação
profunda e misteriosa com a alma que sabe hospedá-lo. Trata-se da
transformação participante que leva à santidade mais eminente. Para
entrar nesta união transformante, a todos estão abertas as portas.
Eis porque são inúmeros os que, vivendo profundamente sua união com o
hóspede divino, atingem os páramos de uma santidade extraordinária,
fruto de uma graça mística concedida àqueles que sabem usufruir este
contato com aquele que é a santidade infinita. Para isto é preciso a
cada um dar a Deus todo o seu coração, todo o seu amor. A união
transformante com Deus presente em quem está em estado de graça
resulta na transformação da alma pela união de um amor completo a Deus
que ilumina, envolvendo o cristão em luzes admiráveis. Para que tudo
isto ocorra Jesus coloca apenas uma condição:” Se alguém me ama” O
amor é sempre um dom, mas amar supõe uma escolha, uma disposição livre
da vontade que procura captar as realidades sobrenaturais nas quais o
fiel está envolto. O amor que Jesus espera de cada um não é algo
impossível, mas é amor dedicação, a oferta de si mesmo numa
conformidade contínua com a vontade divina.

Professor o no Seminário de Mariana durante 40 anos

Compartilhar:

FIQUE POR DENTRO

Santa Clara, Peregrina da Esperança e da Luz🗓️ De 02 a 11 de agosto | ⏰ Sempre às 19h30📍Paróquia Santa Rita de Cássia – Viçosa/MG A Comunidade Santa Clara convida...

No dia 25 de julho de 1925, nasceu minha Mãe, numa Fazenda, nas proximidades do Distrito de Padre Fialho, popularmente conhecido como Garimpo, Município de Matipó. Na Pia Batismal recebeu...

Vinte e sete de julho de 2007 é a data da instalação do Centro de Educação Infantil de nossa Paróquia. Uma chuva de graças que, com a intercessão de Santa...